Incentivo Fiscal, Investimento em Cultura, Responsabilidade social

Conheça o impacto social de um projeto cultural: Programa Guritiba

por Carol Scabora, Coordenadora do Projeto Guritiba.

Todo movimento social gera mudanças, sejam elas em consequências micro – âmbito individual ,  ou macro –  âmbito social e a cultura não fica de fora desse processo.

 

O Programa Guritiba traz este movimento social através de ações culturais, sociais e educacionais utilizando a chamada formação de plateia, termo acadêmico para esse tipo ação. 

O estudo que circunda este recurso de aproximação entre público e objeto artístico promove e levanta possibilidades do convívio através de uma ferramenta social de potência: as artes cênicas – teatro, cinema, dança, música, circo. A aproximação entre pessoa e arte se dá assistindo as artes da cena, ou realizando formação dentro deste contexto.

Além das ações de arte educação realizadas em consonância pedagógica e parceria com as instituições, o projeto atua alinhado com frentes sociais governamentais e do terceiro setor. Conduz grupos a experiências culturais através da mediação entre obra, estrutura predial (local de apresentação) e o receptor.

 

A arte como canal

A arte a nível filosófico desperta o senso crítico, a reflexão, o autoconhecimento, a abertura do intelecto. A nível social, auxilia na expressão, comunicação, compreensão. Disponibilizar ferramentas artísticas e culturais em espaços de convenções sociais distintos e possibilitar o acesso a este conteúdo, passa de um sonho social de transformação a um impacto real,  que irá refletir em gerações atuais e futuras.

De todas as histórias vivenciadas no projeto cada uma tem seu vértice emocional. Todas carregadas de sensibilidade e muitas alegrias proporcionadas pelo encontro. O Cultura em Família, uma das frentes de atuação do Guritiba, é responsável por unir um grupo – na maioria das vezes familiar – envolto a um evento cultural. O momento em família é preservado ao máximo, histórias são compartilhadas com o Mediador e momentos únicos são experienciados, seja no evento cultural ou na ação de compartilhar uma refeição depois do espetáculo. 

Ao mesmo tempo que todos ficam surpreendidos pelo evento cênico, a surpresa também vem na possibilidade de uma ação familiar fora do espaço ‘casa’. Em dois anos de atuação, 1215 pessoas foram atendidas pelo Cultura em Família e 100%  delas estão em vulnerabilidade social. 

 

Histórias

Uma das famílias que vivenciou esta frente do projeto é composta por uma mãe e seis crianças. Priscila, que tinha 27 anos, cuidava só dos cinco filhos – com a ajuda do sobrinho de 12 anos. O filho mais velho tinha 10 anos, seguido por uma menina de 8, outro de 7 e os gêmeos de 5 anos. Confessou que aquela estava sendo a primeira vez onde todas as crianças saiam de casa juntas. 

A alegria desta família ao ingressarem no circo – do qual elas estavam vendo pela primeira vez – e, ao final  – quando lanchamos todos juntos no restaurante –   foi um dos momentos mais preciosos vivenciados neste projeto. Na tentativa de auxiliar a mãe no final do lanche, as crianças começaram a recolher os pratos e talheres. A  mãe precisou explicar que ali não era necessário que elas fizessem isso. As crianças, já habituadas com a prática, pois a mãe era sozinha, tiveram o mesmo recurso orgânico ao saírem pela primeira vez a um restaurante.

 

Seria possível medir com números e palavras tudo o que acontece dentro de cada um que vivencia um encontro como este?

 

A possibilidade de uma interface social via ferramentas artísticas é um  caminho que acreditamos e apostamos na causa de um impacto que muitas vezes não se mede, se sente e se vive no convívio social e nas histórias que aqui contamos.

Tentamos ao máximo possível relatar e aproximar as empresas que nos apoiam, patrocinam e acreditam no projeto. Seja através de relatos, informativos, fotos, ou números. A nossa responsabilidade social está também em comunicar o Governo Federal –  que possibilita que tal projeto seja captado –  e as Empresas que nos confiam e investem sua missão e seu nome em cada ação que realizamos.

 

Carol Scabora é Coordenadora do Projeto Guritiba

 

Formou-se em curso livre, integrou companhia de teatro Nuvem da Noite em Ribeirão Preto – SP, atuando enquanto produtora e atriz. Formou-se em Licenciatura em Teatro. Foi produtora do Ponto de Cultura Ribeirão Em Cena. Viabilizou a vinda de Eugênio Barba, Sofia Monsalve e Julia Varley ao Brasil. Atuou no Colégio Estadual do Paraná por três anos pelo Programa de Bolsas PIBID e em Colombo através do mesmo projeto. Foi educadora teatral pelo Colégio Saint Germain.

Há cinco anos integra a Coordenação da Mostra Fringe do Festival de Teatro de Curitiba Há dois anos coordena o Programa Guritiba, projeto viabilizado pela Lei de Incentivo Fiscal com o intuito de formação de plateia, atuando em locais de vulnerabilidade social. Idealizadora e Produtora do Festival Musical Saliva de música independente. Atua cenicamente de forma independente com as companhias teatrais Coletiva de Arte 21 e Cia Carnívora. Realiza parcerias com diversos grupos a fim de viabilizar o fazer artístico e movimentar a cena cultural. 

 

 

(Foto: Revista Viver Bem)

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