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Porque a acessibilidade deve ser uma preocupação humana (e comercial) da sua empresa ao selecionar um projeto cultural para patrocínio.

Já discutimos muitas vezes aqui no Blog da Parnaxx, os fatores que devem ser considerados pela sua empresa ao escolher um projeto cultural para patrocínio. Enfatizamos como é importante estabelecer uma série de critérios para avaliar se um evento deve receber seu investimento ou não. 

Aqui podemos citar: o alinhamento com os valores da empresa, o tamanho da visibilidade que o projeto garante, ou ainda o relacionamento com a comunidade como elementos relevantes para essa escolha. Porém, no texto de hoje, vamos nos aprofundar em um outro fator: A acessibilidade. 

Segundo dados do IBGE, hoje cerca de 23,9% dos brasileiros têm algum tipo de deficiência. São quase 45 milhões de pessoas que enfrentam um mundo que ainda carece de ferramentas e plataformas para recebê-las. Entre as deficiências declaradas, a mais comum foi a visual, atingindo 3,5% da população. Em seguida, ficaram problemas motores (2,3%), intelectuais (1,4%) e auditivos (1,1%)”, segundo dados da Fundação Dorina Nowill.

Já há alguns anos, o setor de eventos vem caminhando para algumas transformações no sentido de promover eventos mais acessíveis, mas ainda existem desafios e questões que precisam ser consideradas na concepção dessas produções. 

Cultura e entretenimento se fazem com incentivo, assim como a transformação necessária para um mundo acessível. Então, observando esse cenário, cabe a você, como patrocinador, incentivar um projeto que se preocupe e invista em adaptações para pessoas com deficiência. 

A Parnaxx separou cinco ensinamentos para a construção de uma política de patrocínio que inclua a acessibilidade como critério de seleção.

1 – Acessibilidade desde o começo

 Muitas pessoas argumentam que estratégias acessíveis comprometem o orçamento do evento. Isso acontece justamente por estarem sendo encaradas como um custo. A ideia é virarmos essa moeda e enxergarmos essa possibilidade como um investimento. E quem melhor que o patrocinador para puxar esse movimento. 

 Por isso, questione em seu processo de seleção quais projetos incluem políticas de acessibilidade e, principalmente, quais são essas iniciativas, se elas fazem parte de todo o planejamento e pontos de contato com o público.

Conforme o evento internaliza essa prática como um propósito, e a encara como algo estratégico e estrutural, a experiência do público também se torna mais positiva, levando a preferência pelo seu evento e marca.

2 – Coloque as barreiras de acesso em cheque 

Outro ponto central para sua avaliação de projetos é pensar justamente nos pontos de contato que o evento terá com o público. O primeiro contato que a pessoa tem com um evento é a bilheteria, por exemplo. No caso do seu projeto patrocinado, existem pessoas treinadas para receber PCDs? Existe audiodescrição da programação ou ainda escrita em braile e softwares de leitura (utilizados para a leitura digital) para pessoas com deficiência visual?

Nesse sentido, é necessário entender que existem especificidades e diferentes deficiências, podendo assim adaptar os pontos de contato para todos esses públicos. 

Essa deve ser uma preocupação inclusive na hora de produzir conteúdo, é fundamental levar em conta o uso dessas ferramentas assistivas, pensando em como os textos, vídeos e imagens serão adaptados.

3 – A estratégia de comunicação fala com esse público?

 A campanha de divulgação do seu evento patrocinado também precisa entrar na dança. A comunicação precisa traçar estratégias sobre como atingir e conquistar esse público. Terá um intérprete de libras nos vídeos de comunicação? Textos alternativos para que os programas adaptados para deficientes visuais possam ler?

Não há como PCDs chegarem ao evento, e serem impactados pela sua marca, sem que a conversa seja diretamente com eles.

4 – Pense no evento como uma extensão da sua política de responsabilidade social 

Esse é um ótimo ponto de partida para te ajudar a construir uma política de patrocínio que carregue a acessibilidade como bandeira. Ao encarar o patrocínio como uma expressão da política de responsabilidade social, sua empresa irá priorizar automaticamente projetos que também estejam alinhados nesse sentido. Lembre-se: Proporcionar acessibilidade é o mesmo que investir em diversidade. 

É inclusive uma oportunidade de reforçar esses valores junto aos colaboradores e incluí-los em ações de inclusão e conscientização em um ambiente saudável, onde eles estarão abertos para serem impactados.

5 – Seja uma agente ativo nesse processo 

Além de avaliar projetos estabelecendo políticas de acessibilidade como um critério, sua empresa também pode ser um agente dessa transformação e assumir responsabilidades em tornar o evento mais acessível. 

Da mesma forma em que sua empresa estuda os pontos de contato para planejar a ativação de marca que cause o maior impacto, que tal aliar à acessibilidade a esse processo?  

Você pode incluir ativações inteligentes e que contribuam com o planejamento do evento no sentido de deixá-lo mais acessível, conversando e impactando diretamente pessoas com deficiência. Uma dica: na hora de planejar essas ações consulte pessoas com deficiência e inclua-os nesse processo.

Essas foram algumas dicas de como sua empresa pode se preparar para avaliar projetos culturais e eventos, utilizando a acessibilidade como um critério de seleção. O caminho para tornar o mundo mais inclusivo é longo, porém é preciso dar o primeiro passo. Sua empresa pode ser um agente de transformação nesse processo, incentivando e incorporando políticas mais acessíveis na sua comunidade.

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